Eis que o sêmen de Osàlá cai na água e dali surgem três Orìsá, trigêmeos, filhos de Obàtàlá, três guerreiros funfun.
Osalá era pai de muitos Orìsá, porém esses três jovens eram valentes e lutavam em nome do pai. Ajá, por exemplo, era o dono de uma espada poderosa e um escudo, era valente como um leão; Jàgún era dono de uma espada e de uma lança, era violento como Osá Ikìré e, Ajágunã era dono de uma espada e de um Ofá, era sábio como o pai.
Por muito tempo foram invencíveis e conquistaram muitos reinos e aldeias. Eles eram guerreiros invictos até o dia que peitaram uma mulher. Ora, mas era só uma mulher contra três homens! Só que ela não era uma simples mulher, era Òsún.
Os trigêmeos, então, avançaram para destronar a Rainha Òsún de seu Império, mas Òsún era um Orìsá velho e não temeu. Logo, ela foi e consultou Ifá, que por sua vez mostrou tudo o que deveria fazer.
E Òsún fez, soprou pó do casco de ìgbín em suas terras. Pó cheio de feitiço e com grande potência!
Enquanto isso, os Orìsá trigêmeos, marcharam para os portões da cidade. Òsún estava lá, absolutamente sozinha... Ela disse: "Eu sou Òsún, eu mesma basto".
E, os três guerreiros, no impulso foram em fúria para matar a Rainha Òsún, ela ali exposta e confiante. Quando se aproximaram dela o pó do casco de ìgbín se levantou com o vento e cegou os olhos dos três e Òsún aproveitou e os empurrou para longe. Ajá, por exemplo, foi arremessado para a casa do Orìsá da guerra, Ògún; Ajagunã foi arremessado para a casa de seu irmão mais velho, Osogìýan e, Ajàgún foi arremessado para a casa do Orìsá feiticeiro, Obaluàìýê.
Após um longo tempo separados, os trigêmeos se uniram novamente e nunca mais se separaram. Ajàgún casou-se com Ìýewá e dela teve um filho, voltou a servir Olokê; Ajagunã se uniu a Odé e a Ògún, aprendeu todas táticas de guerra e foi nomeado Olòrògún, o alavancador de guerras; Ajá foi nomeado Ogúnjá e, na casa de Ògún, ganhou honra e mérito.
Èpá Ìmòlé!
Èpá Aràwàrá!
Èpá Orìsá!
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